quarta-feira, 17 de junho de 2015

Alice no País das Maravilhas: uma análise da trajetória do Gato Cheshire


Adriana Favoretto Medeiros (6518443)
Antonio Rafael Marçal da Silva (6518165)
Denise Malta de Andrade (7191810)
Elaine C. Kida Figueiredo Horta (538959)
Gabriel Ferrão dos Santos (7193371)
Isabela Pereira da Silva (7468551)
Juliana Junqueira Algarve (7281042)




A Inglaterra viveu sob o reinado da rainha Vitória entre os anos de 1837 e 1901, época em que prevaleceu sua política industrial, como também os ideais colonialistas. Nesse período, dominava um quinto do planeta e abastecia, com seus variados produtos industrializados, os mercados mundiais – era a grande “oficina do mundo”. Esse período ficou conhecido como “Era Vitoriana” e foi marcado pelo fato de a burguesia alcançar uma prosperidade econômica no plano interno (além de uma política estável) e estabelecer uma moral puritana.
O sistema parlamentarista de governo consolidou-se e, como o poder de concentração da riqueza estava nas mãos da burguesia, a exploração da classe trabalhadora foi inevitável. Era muito comum crianças com menos de dez anos serem vistas trabalhando nas fábricas. Então a Inglaterra, que foi o primeiro país a explorar o trabalho infantil, resolveu reparar esse desajuste lutando contra tal crime. A formação escolar passou em seguida a ser uma preocupação.
A literatura infantil, desde cedo, possui objetivos pedagógicos. Isso cria uma tensão: o mundo da literatura ou o ideal da pedagogia deve ser levado em consideração? O primeiro cria um mundo à sua maneira, dizendo que é assim que deve ser visto e encarado, enquanto o outro é ideal, ficando apenas no modo como deveria ser. Histórias sem moralidade e sem ordem estabelecida rompem o lógico, destroem o convencional, revertem o habitual e o mostram com caráter inovador sem qualquer pretensão didática. E agora?
Para criar alguns questionamentos é preciso entender a visão da criança. Como ela vai buscar o mundo? Como busca compreender a cultura que a cerca? Por meio dos livros ou vai se valer do contrário? Esse “aprender a ler e escrever” tem qual objetivo: manter essa criança ainda “criança” ou torná-la um adulto a partir desse processo? A leitura deve ser inocente, criancista, infantilizada, ou deve capturar todos os pressupostos questionados pelo autor (muitas vezes imperceptíveis até na leitura feita pelos adultos)? Ficamos com a crônica de Drummond, Literatura infantil, e nos incomodamos tanto quanto ele com o adjetivo ou partimos do Emílio, de Rousseau, e tratamos separadamente a criança, reconhecendo essa literatura exclusiva e totalmente direcionada?
No século XIX, o público leitor do mundo ocidental atingiu a alfabetização em massa. Na Inglaterra essas taxas eram muito altas – a única variação era entre as grandes cidades e o campo. Esses novos leitores eram uma fonte de lucro interessante e a industrialização da literatura acabou sendo inevitável. Mas não foi simples assim. Primeiro foi preciso criar escolas, convencer as famílias de que lugar de criança era na escola. Assim, a literatura infantil ganha força, os livros são produzidos para atender essa demanda e acaba alcançando todas as classes.
Como o público do século XVIII era predominantemente “homens adultos da elite”, no XIX surgiu um novo leitor: mulheres, crianças e operários. Vamos agora nos deter na criança leitora – que é o público que nos interessa aqui. Com a expansão da educação primária, começaram a circular revistas infantis com viés pedagógico e outros escritos para crianças. As crianças aprendiam a ler em cartões e, os iniciantes, em uma bandeja com areia. Essa preocupação com a infância e uma nova forma de literatura levaram os escritores a transformar muitas histórias folclóricas em “contos de fada”. Com os progressos da litografia, os livros ilustrados passaram a encantar as crianças (mas nem sempre essas ilustrações correspondiam, ocorrendo diferentes interpretações).
Uma obra que se manifesta através do fictício e da fantasia, oferecendo ao leitor novos saberes mundanos e sintetizando esse corte seco do real (recriado nitidamente do ponto de vista do autor), deixa no leitor a interpretação literária da obra com sensação libertária. Em Alice no País das Maravilhas, a atmosfera do sonho e o pesadelo humorístico são costurados pela sátira do autor, Lewis Carroll. Ridicularizando o esnobismo da época, os costumes ultrapassados e as arbitrariedades cometidas, ele constrói uma enorme crítica contra o absolutismo, expõe na superfície a “burrice” dos parvos e o falso moralismo do período vitoriano, além de toda sua fraqueza de caráter e a hipocrisia rasa com que pretendiam encobrir a realidade e os danos que causavam aos indivíduos comuns. Toda essa novela começa a ser questionada.
Utilizando-se da linguagem, o autor vai então explorar o lúdico e transgredir as barreiras do pensamento amparado pelo nonsense para recriar uma natureza hedonista capaz de aprazer a natureza da criança. Partindo de uma representação linguística, isso veio a romper e mesmo desequilibrar o mundo real. Essa grande descoberta desmorona as regras e infringe as leis, elemento criativo e importante dentro desse universo fantástico.
Sabe-se uma coisa: o senhor Lewis Carroll escreveu seu livro para a pequena Alice, uma aluna sua, mas não podemos ser tão ingênuos ao ponto de acreditar que todos os elementos de sua obra foram criados com a pena da inocência. Eles – os elementos fantásticos – aparecem e desaparecem a todo momento na obra, como o Gato Cheshire.


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A animação de Alice no País das Maravilhas, lançado em 1951 pela Disney, é considerada uma das obras cinematográficas menos atraentes comparada com adaptações anteriores, como Branca de Neve e os sete anões. Contudo, apesar de uma filmagem que contou com poucos fundos devido à situação pós-Segunda Guerra Mundial, conseguiu trazer o nonsense presente na história de Lewis Carroll. O filme é uma adaptação das histórias de The adventures of Alice in Wonderland (1865) e Through the looking-glass and what Alice found there (1871), que é a continuação da primeira história.
A história, de natureza onírica, apresenta diálogos entre Alice e os demais personagens, os quais influenciam a trajetória da menina pelo País das Maravilhas. Um personagem especial é o Gato Cheshire, ou Gato Risonho, ou Mestre Gato (assim chamado também), que surge no momento em que Alice se sente perdida em seu caminho. A marca singular do personagem é o seu largo sorriso, normalmente a primeira parte do corpo do animal a aparecer.

Imagem: o sorriso do Gato Cheshire pelo blog Coisas da Zamar

O gato aparece e desaparece constantemente, desconstruindo-se fisicamente e representando a inconstância e a fugacidade dos pensamentos, como se fosse o inconsciente de Alice. A percepção do inconsciente também pode se dar devido à atemporalidade da história, num espaço psicológico que possui essa característica, além de ser um “espaço” que permite questionar a lógica. Assim sendo, o gato aparece nas situações de conflitos e indecisões de Alice, como a dúvida de qual caminho seguir, ou o momento em que a menina chora por não saber o percurso de volta para casa e até mesmo no julgamento da Rainha. 
No entanto o aparecimento e o desaparecimento do corpo do Gato Cheshire não decorre de uma invenção puramente fantasiosa. Diz-se que a ideia veio de uma técnica de revelação fotográfica: o banho de nitrato de prata, que pode fazer aparecer ou desaparecer a imagem (ou parte dela) durante o processo de transposição da chapa para o papel. Perito em fotografia, Lewis Carroll soube aproveitar de maneira original e criativa essa sugestão da técnica. O vídeo abaixo mostra um tipo de revelação chamado Tintype, processo fotoquímico criado no século XIX que consistia em expor uma imagem em uma chapa metálica previamente tingida com café e posteriormente banhada com nitrato de prata. O resultado é um negativo com cara de positivo por causa da aparência.




No desenho, o gato sempre influencia Alice em seu caminho, conduzindo a menina ao lugar que ele quer que ela chegue. Enigmático, o Mestre Gato joga com a menina constantemente, aproveitando-se de seus momentos de indecisão. Além disso, o gato também pode representar o medo de Alice diante das incertezas, medo que pode estar escondido por detrás de seu sorriso cativante, despreocupado, sedutor e bem persuasivo. Por exemplo, no primeiro encontro entre Alice e ele, o animal pergunta a Alice: “Aonde você quer ir?”; “Tanto faz”, responde Alice; “Então tanto faz o caminho que deve seguir”, finaliza, reforçando a própria incerteza já existente. Finalmente, no filme fica explícito que o País das Maravilhas só existe no sonho de Alice (por meio de sua imaginação). Mais um indício que aproxima a obra de uma possível análise psicológica.


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Após o filme produzido pela Disney, alguns longa-metragens em live-action (combinação de atores reais com elementos criados por meio de animações) começaram a ser realizados, apresentando mais versões da história de Alice e, é claro, novas interpretações para o Gato Cheshire. É o caso da adaptação Alice no País das Maravilhas, lançada por Tim Burton em 2010, e do filme Alice e o novo País das Maravilhas, lançado em 2012 sob a direção de Nick Willing.
Na versão de 2010, o espectador é transportado ao País das Maravilhas de Alice através das lentes experientes de Tim Burton, que traz em sua bagagem filmes como Os fantasmas se divertem (1988) e Edward Mãos-de-Tesoura (1990), sucessos que tratam de personagens incomuns e que fogem dos padrões sociais dominantes.


Imagem: cartaz de divulgação do filme



O Gato de Cheshire aparece pouco nessa versão, porém continua sendo uma figura de destaque, assim como na obra original de Lewis Carroll. Seu largo sorriso continua marcante, e aqui é ainda mais caricato, assim como os demais personagens do mundo maravilhoso. Fisicamente ele não muda muito, em relação às outras versões: gordo, listrado, olhos e sorriso enormes, voz grave e macia. Mantém seus principais atributos: lucidez, rapidez de raciocínio, sabedoria, humor. Continua aparecendo e desaparecendo quando quer, no entanto agora isso acontece de maneira mais lúdica, cheia de movimento e leveza, através de uma espécie de fumaça que o envolve quando ele rodopia e flutua pelo ar, sempre surpreendente.


Imagem: cartaz de apresentação do Gato Cheshire no filme



Logo no início do longa, Alice se refere ao gato durante uma cena em que ela, ainda menina, conversa com o pai. Ela diz que, em seus sonhos, via sempre um gato muito sorridente, ao que o pai logo rebate: “Não sabia que gatos sorriam!”.
Nosso gato surge apenas aos 24 minutos do início do filme, na floresta, à noite, quando Alice está perdida e ferida. Ele oferece ajuda e pergunta se ela é “a Alice”. Depois sugere que ela vá à Festa do Chá se encontrar com o Chapeleiro Maluco. No final dessa cena, ele ressurge no lugar da lua, zelando por Alice em seu caminho. Em seguida, quando Alice chega ao local do chá, ele reaparece sentado à mesa do Chapeleiro. 
Após vários momentos sem aparecer, ele ressurge na cena do Chapeleiro e parece não se importar com o destino do amigo. Enigmático, pergunta ao Chapeleiro se ele lhe daria seu chapéu já que não precisaria mais dele. O espectador se engana ao achar que o amável gato deixaria seu amigo sem ajuda. Ele acaba o salvando e reaparece com o seu chapéu, bem na hora da decapitação. Mais tarde, no castelo da Rainha Branca, o gato irá devolvê-lo ao Chapeleiro, além de demonstrar sua gentileza e preocupação com Alice ao perguntar se seu braço melhorou. É a sua última aparição no filme. 




Imagem: o Gato Cheshire durante cena do filme

No decorrer do longa, vemos o uso de muitos recursos visuais, sonoros e verbais sendo usados para a construção do universo maravilhoso, em que se pressupõe um pacto com o leitor – este aceita a narrativa do sobrenatural e do impossível como se fosse uma convenção, que transforma o nonsense em algo possível. Alice também é uma obra pertencente ao fantástico, pois possui elementos de ambiguidade, provocando no espectador uma dúvida constante: sonho ou realidade?

O Mestre Gato é um elemento constituinte dessa construção, pois trata-se de um animal falante, pensante e dono de sua própria vontade. Nesse sentido, pertence ao maravilhoso e ao fantástico ao mesmo tempo, já que também é fruto de um delírio da protagonista. Ou não?






No filme lançado em 2012, Alice cresceu, é professora de artes marciais e, 150 anos depois, continua de vestido azul, seguindo o Coelho Branco. Não é mais movida apenas pela curiosidade: vai atrás do bicho quando ele sequestra seu namorado, Jack Chase. White Rabbit é uma organização secreta que subtrai pessoas da realidade comum para o País das Maravilhas, agora renovado com conspirações, lutas, tiroteios e homens engravatados.


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“Quem é você? Sou Alice. Alice? Sim, Alice. A Alice? A Alice não; sou só Alice.”
Foto: Caterina Scorsone como Alice Hamilton

No longa, a história toda é motivada por um anel que Alice ganha de Jack, e todos no País das Maravilhas desejam a joia. Chase, na verdade, é Jack Heart, o Valete de Copas, noivo da Duquesa e filho da Rainha de Copas. O Chapeleiro é o companheiro fiel de Alice, que também conta com a lealdade de Sir Charles Eustace Fotheringay Melville III, o Cavaleiro Branco. Seguem, abaixo, algumas imagens apresentando esses personagens.




Fotos: Philip Winchester como Valete de Copas / Charlotte Sullivan como Duquesa /
Kathy Bates como Rainha de Copas


Fotos: Andrew-Lee Potts como Chapeleiro / Matt Frewer como Cavaleiro Branco
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Foto: cena de Alice e o novo País das Maravilhas

O Gato Risonho aparece para Alice quando ela está sozinha na floresta. Ao se recostar em uma árvore, Alice escuta um miado e vê sua gatinha Dinah. “Dinah? Dinah, é você?”, pergunta ela. “Dinah, você está viva! O que faz aqui?”. Desse modo, em meio a um pega-pega e um jogo de esconde-esconde misterioso, sob uma atmosfera de suspense, Alice persegue Dinah. As duas correm pela mata, até que Alice encontra uma porta que se abre. Alice entra. Dinah, do lado de fora, olha para Alice e sorri. A porta se fecha e Alice tem 10 anos.




Essa é a única aparição do gato. Com certeza, as escolhas do diretor com relação a Cheshire estão entre as críticas mais importantes das tantas que o filme recebeu. O que aconteceu ao Mestre Gato? Por que Nick Willing optou por transformá-lo numa aparição de dois minutos apenas?

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Foto: cena de Alice e o novo País das Maravilhas

No final do filme, o pai de Alice, após recobrar a memória, relata o que aconteceu com o gato – ou melhor, com a gata. Descobrimos, junto com Alice, que “a curiosidade matou o gato”:
“Era um domingo, nós tínhamos voltado do cinema, você estava vestindo o seu vestido amarelo e aqueles sapatos pretos que sempre machucaram seus pés. E a Carol [mãe de Alice] nos encontrou na garagem e disse que um carro tinha atropelado a Dinah. Você correu para o quintal, se escondeu e eu fui te encontrar. Eu te segurei por horas, enquanto você chorava.”.
Esta parte da análise trata especificamente da trajetória do gato na versão de Nick Willing, mas a obra do diretor britânico não pode ser vista apenas como uma releitura, já que o filme é uma mistura do jogo de videogame American McGee's Alice (2000) – extremamente violento e sombrio – e dos livros The Looking Glass War (2004), de Frank Beddor, Alice no País das Maravilhas (1865) e, finalmente, Alice através do espelho e o que ela encontrou lá (1871), de Lewis Carroll.


Imagens: Eletronic Arts; Rogue Entertainment (2000) / Frank Beddor (2004) / John Tenniel (1871)



A história de Willing originou-se com Alice, uma minissérie do canal pago SyFy em 2009, e virou o filme Alice e o novo País das Maravilhas três anos depois. Por se tratar de uma obra que mescla várias narrativas, não podemos analisá-la apenas pelo viés da adaptação, pois o diretor não teve a intenção de modificar o formato original da obra de Carroll para adequá-la ao vídeo. De acordo com o que Robert Stam (2006) afirma, as críticas são sempre muito moralistas quando sugerem que o cinema (e aqui podemos ampliar também para a televisão) “violou”, “traiu”, “deformou” e mesmo “vulgarizou” a literatura.

Sobre o filme de Nick Willing, alguns pontos merecem destaque, como o espelho que precisa ser atravessado para se passar de um mundo a outro; as ostras, que são os humanos levados para o País das Maravilhas, a fim de terem seus bons sentimentos arrancados; o quixotesco Cavaleiro Branco com sua alma absurda e contrária à razão; os gêmeos Dr. Dee e Dr. Dum, que são uma espécie de torturadores caleidoscópicos; o carpinteiro no papel de pai de Alice; e a aparição de Jabberwock, que Alice e o Chapeleiro devem enfrentar.


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Um dos personagens mais emblemáticos da história de Alice, a origem do Gato Cheshire continua desconhecida mesmo após os quase 150 anos da primeira publicação de Alice no País das Maravilhas. Com relação a isso, várias teorias já surgiram tentando explicar a possível inspiração de Carroll ao incluir o gato sorridente na história. A seguir, citamos algumas dessas possíveis origens.



Queijo de Cheshire



Uma das teorias mais aceitas, segundo Martin Gardner em The annotated Alice (1999), é a de que a inspiração para o gato de Alice veio de uma expressão muito comum em Cheshire, condado na Inglaterra onde nasceu Lewis Carroll: “Sorrir como um gato de Cheshire”. Conta-se que, no final do século XVIII, os queijos de uma vila em Cheshire eram moldados no formato de um gato com um largo sorriso e, por esse motivo, criou-se a mencionada expressão, que significa “sorrir de orelha a orelha”. 
Além disso, esses queijos eram comidos a partir do rabo do gato e foi daí que surgiu, possivelmente, a inspiração do autor. E não só para o sorriso do Gato Cheshire, mas também para o fato de o animal sempre começar a desaparecer na história a partir do rabo. Esse queijo era tão famoso em Cheshire que ainda hoje há menção a ele como um tradicional pub, Ye Olde Cheshire Cheese, aberto em 1538 em Londres. Além disso, esses queijos eram comidos a partir do rabo do gato e foi daí que surgiu, possivelmente, a inspiração do autor. E não só para o sorriso do Gato Cheshire, mas também para o fato de o animal sempre começar a desaparecer na história a partir do rabo. Esse queijo era tão famoso em Cheshire que ainda hoje há menção a ele como um tradicional pub, Ye Olde Cheshire Cheese, aberto em 1538 em Londres.

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Foto: o famoso pub londrino inaugurado em 1538
British Shorthair
Uma das raças de gato mais antiga de que se tem conhecimento é a do British Shorthair. Muito comum na Inglaterra até os dias de hoje, acredita-se que essa raça de gato de pêlo curto (daí a origem de seu nome) tenha sido levada ao Reino Unido pelos invasores romanos. Esse gato de pêlo cinza azulado pode ter servido de inspiração para o Gato Cheshire do filme de 2010 por conta de suas cores e de seu olhar atraente.



Imagens: gato da raça British Shorthair / Gato Cheshire no filme de 2010



Croft-on-Tees

Carroll passou parte de sua infância em Croft-on-Tees, no nordeste da Inglaterra, onde seu pai foi ministro da igreja local durante 25 anos. Sentado nos bancos da paróquia, perto do altar onde seu pai proferia os sermões, Carroll teria tido a visão perfeita de um felino sorrindo a partir de uma escultura de pedra.
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Foto: escultura de pedra em igreja de Croft-on-Tees
Saint Nicolas Church
Uma outra escultura de pedra do século XII, conhecida como “Gato de Cheshire”, encontra-se na igreja de Saint Nicolas, em Cranleigh. Acredita-se que ela também tenha servido de inspiração para Carroll, como o próprio site oficial da igreja menciona.
StNicolas_Church_Cranleigh.jpg
Foto: escultura de pedra em igreja de Cranleigh
Curiosidade
Em abril de 2015, a companhia telefônica de Londres O2 lançou uma campanha para encontrar o “gato mais feliz” do Reino Unido. Trata-se, é claro, de uma alusão ao Gato Risonho de Lewis Carroll, ideia concebida pela companhia a fim de estrear sua nova campanha publicitária. O vencedor foi este felino aqui, chamado Lucius:
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Foto: o gato vencedor da campanha publicitária inglesa de abril de 2015
REFERÊNCIAS

ANDRADE, Carlos Drummond de. Confissões de Minas. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
CADEMARTORI, Lígia. O que é literatura infantil. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
CALVINO, Ítalo. Contos fantásticos do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. Tradução de Rosaura Eichenberg e Ísis Alves. Porto Alegre: L&PM, 1998.
____________. The annotated Alice: the definitive edition. Introduction and Notes by Martin Gardner and Original Illustration by J. Tenniel. W. W. Norton & Company, 1999.

CARVALHO, Bárbara Vasconcelos de. A literatura infantil: visão histórica e crítica. 6ª ed. São Paulo: Global, 1989.
COELHO, Nelly Novaes. A literatura infantil: história, teoria e análise. São Paulo: Quíron, 1981.
COTRIM, Gilberto. História e consciência do mundo. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. Tradução de Cid Knipel. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
LYONS, Martin. Os novos leitores do século XIX: mulheres, crianças e operários. In: História da leitura no Mundo Ocidental 2. Tradução de Cláudia Cavalcanti. São Paulo: Ática, 1999.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da educação. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
STAM, Robert. Teoria e prática da adaptação: da fidelidade à intertextualidade. Ilha do Desterro. Florianópolis, nº 51, pp. 19-53, jul./dez. 2006.

Sites

http://www.imdb.com/title/tt1014759/, último acesso em 13 de junho de 2015.
http://news.o2.co.uk/2015/05/22/meet-the-uks-happiest-cat/, último acesso em 15 de junho de 2015.
http://www.stnicolascranleigh.org.uk/church-building/guide/, último acesso em 15 de junho de 2015.
https://verenafotografia.wordpress.com/2012/03/14/sobrevivi/, último acesso em 17 de junho de 2015.




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